Minas Gerais atingiu um marco inédito na produção de cana-de-açúcar. Na safra 2024/25, o estado processou 83,1 milhões de toneladas, consolidando o maior volume já registrado na história da atividade sucroenergética mineira. Os dados foram divulgados pela Associação da Indústria da Bioenergia e do Açúcar de Minas Gerais (SIAMIG Bioenergia).
Esse desempenho representa um crescimento de 4% em relação à safra anterior, refletindo o avanço tecnológico e a eficiência das usinas, mesmo diante de condições climáticas adversas.
A produção de açúcar também alcançou patamares históricos, totalizando 5,6 milhões de toneladas – alta de 3,2% frente à safra ada. Já a produção de etanol chegou a 3,4 milhões de metros cúbicos (m³), crescimento de 5%, com destaque para o etanol hidratado, que subiu 13,9% e fechou em 2,2 milhões de m³. O etanol anidro, por sua vez, registrou queda de 9,3%, somando 1,2 milhão de m³.
Mais do que um combustível, o etanol é uma solução limpa, eficiente e estratégica para o Brasil. De origem renovável, ele emite até 90% menos gases do efeito estufa em comparação com a gasolina, contribuindo diretamente para o combate às mudanças climáticas.
É uma alternativa que alia desempenho veicular, economia e sustentabilidade: abastecer com etanol, além de ser mais barato na bomba, ajuda a manter o motor limpo e a reduzir custos de manutenção no longo prazo.
Vale ressaltar que a cadeia produtiva do etanol gera diversos empregos diretos e indiretos, indo desde o cultivo da cana-de-açúcar até a distribuição nos postos de combustível – por isso, movimenta a economia das zonas rurais e dos grandes centros urbanos.
Clima severo e capacidade de recuperação
Apesar dos números expressivos, a safra 2024/25 foi marcada por uma das estiagens mais intensas dos últimos anos. Algumas regiões do estado enfrentaram mais de 180 dias consecutivos sem chuvas, afetando lavouras e exigindo uma logística mais eficiente e planos de contingência por parte das unidades produtoras. Os incêndios rurais também deixaram um rastro de prejuízos, danificando talhões produtivos e estruturas industriais.